Outlander – Nas Asas do Tempo

Claire leva uma vida dupla. Tem um marido num século e um amante noutro…

Em 1945, Claire Randall, ex-enfermeira do Exército, regressa da guerra e está com o marido numa segunda lua-de-mel quando inocentemente toca num rochedo de um antigo círculo de pedras. De súbito, é transportada para o ano de 1743, para o centro de uma escaramuça entre ingleses e escoceses. Confundida com uma prostituta pelo capitão inglês Black Jack Randall, um antepassado e sósia do seu marido, é a seguir sequestrada pelo poderoso clã MacKenzie. Estes julgam-na espia ou feiticeira, mas com a sua experiência em enfermagem, Claire passa por curandeira e ganha o respeito dos guerreiros. No entanto, como corre perigo de vida a solução é tornar-se membro do clã, casando com o guerreiro Jamie Fraser, que lhe demonstra uma paixão tão avassaladora e um amor tão absoluto que Claire se sente dividida entre a fidelidade e o desejo… e entre dois homens completamente diferentes em duas vidas irreconciliáveis.

Vive-se um período excepcionalmente conturbado nas Terras Altas da Escócia, que culminará com a quase extinção dos clãs na batalha de Culloden, entre ingleses e escoceses. Catapultada para um mundo de intrigas e espiões que pode pôr em risco a sua vida, uma pergunta insistente martela os pensamentos de Claire: o que fazer quando se conhece o futuro?

Um misto de ficção romântica e histórica, Outlander – Nas Asas do Tempo já foi publicado em 24 países.


ISBN: 9789724619743 – Casa das Letras (Leya) / 2010

Outlander – Nas Asas do Tempo marca o início de uma série que tem até à data 7 volumes, sendo que o oitavo tem publicação prevista para o ano de 2013. O primeiro volume já está publicado desde 1991 e finalmente em 2010, a editora Casa das Letras decidiu apresentar aos leitores portugueses a saga Outlander, que conta já com dois volumes publicados. 

O primeiro volume fala-nos sobre uma verdadeira viagem no tempo. Estamos em 1945, após a Guerra Mundial e o mundo encontra-se todo ele anestesiado, pois os tempos de paz parecem estar muito distantes. A vida não é tranquila e a morte encontra-se ao virar da esquina. Claire, ex-enfermeira e que viveu este período conturbado a assistir aos danos que uma guerra pode causar, está numa segunda lua-de-mel com o seu marido Frank, pois o casal passou vários anos separados. 
O objectivo é que ambos se reencontrem e se voltem a conhecer. E que (re)encontrem o desejo e a paixão, visto que querem também ter um filho que  venha celebrar a união deles. O palco deste período romântico é a Escócia e tudo corre como esperado, até que um dia, Claire anda em busca de uma planta num rochedo muito misterioso, intitulado Craigh na Dun, que tem a fama de ser um portal megalítico. O que Claire está prestes a descobrir é que este dito portal tem fama, mas esta é realmente merecida porque Claire acaba por entrar num do rochedos e acabar por viajar até 200 anos atrás. 
Agora, Claire, enfermeira dos tempos modernos vê-se transplantada para o século XVIII, mais precisamente para o ano de 1743, onde irá acabar no meio de uma guerra entre ingleses e escoceses. Sendo que Claire é inglesa, a sua presença na Escócia é vista com muita desconfiança por parte do clã que a integra no seu território. Contudo, Claire acaba por se adaptar à vida na casa do clã que a acolheu e acaba por se tornar a médica de serviço da região. Aquilo que ela não esperava é ter que recorrer ao casamento com Jamie para se salvar da ameaça de captura dos ingleses. Contrariada, acaba por contrair matrimónio com Jamie, nunca calculando que acabaria por se apaixonar por outro homem. E contudo, quando pensa em Frank, 200 séculos mais à frente, à sua procura, Claire não consegue conter a sua consciência pesada.

Sendo que o conflito nas Terras Altas promete grassar com muita rapidez e tendo Claire conhecimento de como as coisas irão suceder-se, o que irá ela escolher? Voltar para 1945 – para os braços do seu marido Frank ou escolherá ela manter-se nos braços de Jamie, seu marido do século XVIII onde poderá fazer a diferença?

Confesso que a temática de viagens temporais sempre exerceu em mim algum fascínio e por essa razão em particular, fiquei interessada neste livro. Recordo-me que adquiri este livro logo quando vi que tinha finalmente saído em português (na altura, não lia em inglês como leio agora). No entanto, o livro ficou quieto na minha estante por bastante tempo, não só porque é um livro muito extenso, mas também como é incómodo levar o livro comigo para o meu dia-a-dia por ser muito pesado. Estas edições, apesar de serem bonitas não são nada práticas e por isso mesmo, o livro teria que ser lido num período em que pudesse estar de férias, em casa descansada, a lê-lo. 
As férias deste ano foram decisivas. Olhei para o livro na estante e decidi que seria agora e não mais tarde que leria este livro que conta com quase 800 páginas. É um «senhor livro», se me permitem a expressão. Mal eu sabia que o seria em todos os sentidos.
Já devem estar carecas de ler por aqui que eu e os livros extensos nos olhamos, à partida, com muita cautela. Isto porque, a meu ver, o autor tem que saber construir um livro desta extensão e não são todos os que conseguem. 
Este ano tenho tido algumas surpresas nesse sentido. Parece que os autores já não têm receio de escrever livros grandes, mas fazem-no de uma forma inteligente, que cative o leitor ao invés de o cansar. Diana Gabaldon acabou por se revelar fazer parte integrante dessa lista de autores que me surpreendeu. 

Isto porque não só a escrita da autora é viciante e envolve o leitor com muito pouco esforço, mas também o enredo é igualmente cativante. A verdade é que nunca esperei gostar tanto deste livro e fiquei absolutamente boquiaberta quando dei por mim a não querer largar o livro, ou a pensar nele quando não o estava a ler. Foi uma obra que me consumiu completamente enquanto o estava a ler e foi uma história que me cativou do início ao fim e apesar de eu achar que esta história se contaria igualmente bem em menos páginas, não mudaria nenhuma dessas tais páginas. 
E para um livro com tantas páginas como este tem, isso é dizer muito. 
As descrições da Escócia são imensas e recheiam todo o livro. É um delírio para a minha imaginação e acabei por me render não só ao ambiente que a autora criou mas também às personagens que ficaram marcadas. 
A Claire é uma heroína algo complexa – é uma pessoa forte, mas também teve alguns traços que me chatearam um pouco tal como a imprudência e a precipitação. Para uma pessoa tão inteligente, parecia por vezes bloquear e acabava por pôr em marcha alguns acontecimentos parvos que me mexeram nos nervos.
Contudo, Jamie é tudo o que Claire não é. É um homem muito ponderado, que pensa muitas vezes antes de tomar uma acção mais definitiva e acabou por equilibrar de uma forma positiva as características que falharam na heroína. 

Somando tudo, Diana Gabaldon construiu uma aventura escocesa altamente viciante que me conquistou logo na primeira página. De tal forma que estou francamente ansiosa para saber o que o futuro desta série reserva. Contudo, o segundo volume ainda vai ficar algum tempo na estante, exactamente pelas mesmas razões que referi no início, quando expliquei o porquê de ter demorado tanto tempo a descobrir as maravilhas deste livro. Infelizmente, se eu acho que este livro é pesado, o outro é capaz de ser ainda mais pesado e por isso mesmo terá que esperar a sua vez, ainda que eu esteja em pulgas para saber que novas aventuras Claire e Jamie nos podem trazer. 

Este é um daqueles romances históricos muito completos e que valem a pena ter debaixo d’olho. Arrisquem e percam-se nesta maravilhosa aventura!  

5 thoughts on “Outlander – Nas Asas do Tempo

  1. p7 says:

    Ehehe, também me tenho retraído a ler o livro porque era capaz de me dar cabo das costas de andar na mala. xD

    Mas fiquei com muita vontade de o ler, lá isso fiquei. Tantas boas opiniões deixam-me a salivar. 🙂

  2. Não posso deixar de recomendar o livro, como já devem ter percebido pela minha opinião 😛
    Mas compreendo que não seja um livro nada prático. Eu li-o em período de férias porque não tinha que andar com o livro atrás e o segundo livro vai ser assim que o lerei, porque andar com um livro deste tamanho na mala ou mesmo na mão é muito incómodo! 😀
    Mas sem dúvida que ao chegar ao final, vão ver que vale a pena! 😛

  3. Levei-o para as minhas férias mas, na hora de escolher entre ele o da Kate Morton, optei pelo último. Agora não sei se o leio tão cedo. Talvez no Natal.

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